Publicação do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apresentou diferentes práticas integrativas que auxiliam no cuidado às crianças.
A oncologia integrativa, abordagem que vem crescendo no apoio ao tratamento do câncer infantil, ganhou destaque na edição 52 da revista “Rede Câncer”, publicação trimestral do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Esta perspectiva de cuidado representa uma fusão entre os métodos convencionais de tratamento oncológico e as práticas integrativas e complementares (PICS), visando um cuidado mais abrangente e humanizado ao paciente, oferecendo um toque menos doloroso e uma experiência diferente daquela vivenciada durante o tratamento.
A reportagem “Acolhimento Integral” do INCA ressalta a necessidade de não apenas tratar a doença, mas também melhorar a qualidade de vida dos pequenos pacientes e de suas famílias, enfatizando formas mais acolhedoras. Essas práticas, inseridas no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, incluem uma variedade de opções que permitem ampliar o vínculo entre profissionais de saúde e pacientes, além de proporcionar um alívio dos sintomas e estresse associados ao tratamento do câncer. A yoga restaurativa é oferecida no Hospital do Câncer do INCA (I e II) desde 2019, a mães e acompanhantes de crianças em tratamento. O resultado foi tão positivo que o projeto foi estendido para pacientes adultos e, mais recentemente, para o corpo de enfermagem do Instituto.
A reportagem cita o Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN), como instituição dedicada à promoção e pesquisa em saúde integrativa. Ricardo Ghelman, consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS), embaixador para o Brasil da Sociedade de Oncologia Integrativae Vice-Presidente do CABSIN, destaca a relevância das PICs no alívio dos efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia, como fadiga, dor, distúrbios do sono e do apetite. Ele ressaltou que o tratamento integrativo é complementar, não alternativo, ao tratamento convencional do câncer. Ghelman, que coordena a confecção de mapas de evidências em medicina integrativa em conjunto com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME/OPAS), enfatizou a importância de padronizar essas abordagens para coletar dados de alta qualidade, visando demonstrar as vantagens econômicas das terapias complementares na oncologia.
A onco-hematologista Paola Tôrres, médica do Centro Regional Integrado de Oncologia em Fortaleza e coordenadora do Comitê Científico de Oncologia Integrativa do CABSIN, também falou à reportagem. Ela citou iniciativas como o Programa Integrativo de Apoio e Revitalização (Printar), desenvolvido em parceria com as universidades Federal e Estadual do Ceará e que foi escolhido para participar do IdeiaSUS.
A revista ainda traz outros temas como a diversidade e inclusão para para reduzir o preconceito contra a comunidade LGBTQIA+ no acesso ao cuidado oncológico. Também destaca o uso da tecnologia em Oncologia, abordando temas como Big Data, Inteligência Artificial e outras inovações tecnológicas. Além disso, a edição traz uma seção dedicada a narrativas pessoais, como a história de um paciente que superou desafios relacionados ao câncer.
A revista “Rede Câncer” está disponível aqui.
AUTORES
Anderson Machado
Jornalista
Willian de Andrade
Design e direção arte


