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O que é Saúde Integrativa

Saúde Integrativa

A medicina e a saúde integrativas reafirmam a importância da relação entre o profissional e o paciente, concentram-se na pessoa como um todo, são informadas por evidências e recorrem a todas as abordagens terapêuticas e de estilo de vida, profissionais de saúde e disciplinas apropriadas para alcançar a saúde e a cura da melhor forma possível.

O que é Saúde Integrativa?

A Saúde Integrativa representa um novo modelo de cuidado da virada do século XX para o XXI, centrado na pessoa compreendida em sua multidimensionalidade, de caráter transdisciplinar, baseada na combinação da Medicina Convencional com as Medicinas Tradicionais e Complementares e baseada em evidências científicas. Essas abordagens têm como finalidade oferecer maior variedade de opções de tratamento farmacológico e não-farmacológico, de diversos sistemas médicos complexos, de forma multimodal, e mudanças no estilo de vida, voltadas à promoção da salutogênese, ao cuidado integral de condições patológicas e à recuperação da saúde 1,2.

Em 1999 os grandes centros universitários de saúde dos EUA se uniram, com apoio do National Center of Complementary and Integrative Health do National Institute of Health (NCCIH – NIH), para criar o Academic Consortium for Integrative Medicine & Health, reunindo várias instituições acadêmicas que trabalhavam com abordagem integrativa em torno do tema da produção científica e promoção de ciência na área. Como um dos grandes pioneiros na criação de uma rede de pesquisadores na área, foram inspiradores da criação, em 2018, do Consórcio Holandes e do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa, para o fortalecimento científico internacional.

O Academic Consortium norte-americano buscou definir o conceito de Medicina e Saúde Integrativa da seguinte forma:

A medicina e a saúde integrativas reafirmam a importância da relação entre o profissional e o paciente, concentram-se na pessoa como um todo, são informadas por evidências e recorrem a todas as abordagens terapêuticas e de estilo de vida, profissionais de saúde e disciplinas apropriadas para alcançar a saúde e a cura da melhor forma possível3. (Tradução dos Autores)

Definição de Medicinas Tradicionais, Complementares e
Integrativas segundo a Organização Mundial da Saúde

Medicina tradicional

A medicina tradicional tem uma longa história, ancestralidade ou tradição. É a soma de conhecimentos, capacidades e práticas baseadas em teorias, crenças e experiências de diferentes culturas, explicáveis pelos métodos científicos atuais ou não, utilizadas para manter a saúde e prevenir, diagnosticar, melhorar ou tratar doenças físicas e mentais.

Medicina complementar

Os termos “medicina complementar” e “medicina alternativa” (Complementary and Alternative Medicine – CAM) se referem a um amplo conjunto de práticas de saúde, que não fazem parte da tradição ou da medicina convencional de um determinado país e não estão totalmente integradas ao sistema de saúde vigente. Conforme a OMS, em alguns países, esses termos são usados alternadamente para fazer referência à medicina tradicional.

Medicina Integrativa

Em meados de 2017, a Área Técnica de Medicina Tradicional e Complementar da OMS adicionou o termo “Medicina Integrativa”, passando a adotar o termo: “Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas” – MTCI, nos documentos relativos a políticas, regulamentação e prática.

O documento normativo “Estratégia de Medicina Tradicional 2014-2023 da OMS”, foi destinado a promover a implementação de MTCI nos sistemas de saúde de forma eficaz, eficiente e segura. Ela propõe e incentiva os Estados-membros a fortalecer a construção do conhecimento da MTCI, e a fortalecer as políticas nacionais relacionadas. Entre 1999 e 2018 o número de países que adotaram políticas nacionais passou de 25 a 98, sendo que o Brasil instituiu sua Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC em 2006. Na região das Américas, alguns países avançaram na construção de políticas de saúde pública adaptando-as à sua diversidade étnica, razão pela qual separaram a legislação da Medicina Tradicional dos povos indígenas da legislação sobre Medicinas Complementares.

Nas Américas, a integração das MTCI nos sistemas nacionais de saúde acontece de múltiplas formas: iniciativas governamentais, atuação de diferentes entidades que trabalham na organização e regulação da oferta, formação, pesquisa, promoção e prestação de serviços em MTCI. Países como Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, México e Peru possuem legislação, modelos e/ou normas próprias para a regulamentação das MTCI.

Racionalidades Médicas

O termo “Racionalidades Médicas” pode ser definido como um operador conceitual que permite analisar ou comparar Sistemas Médicos Complexos em perspectiva teórica, analítico-descritiva ou empírica, seja globalmente, na totalidade, seja dimensão a dimensão (LUZ, 1993).
Doutrina
Médica
Sistema
Terapêutico
Morfologia
Sistema
Diagnóstico
Fisiologia
( Dinâmica Vital)
As Racionalidades médicas são sistemas teórico/práticos analisáveis ou factíveis de experimentação/
comprovação que induzem a um olhar equiparativo das diferentes formas de cuidar; segundo Madel Luz (1995) esses sistemas podem ser classificados a partir de cinco dimensões, características próprias: fisiologia, doutrina médica, morfologia, sistema de diagnóstico e um sistema terapêutico. Erik Baars também aborda de forma comparativa seis Sistemas Médicos (Whole Medical Systems) como podemos observar no quadro abaixo:

Baars, Erik W., and Harald J. Hamre. “Whole medical systems versus the system of conventional biomedicine: a critical, narrative review of similarities, differences, and factors that promote the integration process.” Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine 2017.

No Brasil a Política Nacional de MTCI foi instituída em 2006 pelo Ministério da Saúde como Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), incluindo as 29 modalidades de práticas que se referem a Racionalidades Médicas, Terapias farmacológicas e Terapias Não-farmacológicas, como descritas no quadro a seguir.

 
Sistemas Médicos Complexos (racionalidades médicas)
Produtos Naturais
Terapias não farmacológicas
2006
Medicina Tradicional Chinesa; homeopatia; Medicina Antroposófica
Plantas Medicinais; Termalismo
2017
Ayurveda; Naturopatia(Naturologia)
Musicoterapia; Arteterapia; Dançaterapia; Quiropraxia; Reflexologia; Shantala; Meditação; Terapia Comunitária Integrativa; Reiki; Yoga
2018
Apiterapia; Aromaterapia; Ozonioterapia; Terapia com Florais; Geoterapia
Hipnoterapia; Constelação Familiar; Biogenética; Cromoterapia / Fotobiomodulação

Referências

1. Maizes, V. & Caspi, O. The principles and challenges of integrative medicine: More than a combination of traditional and alternative therapies. West. J. Med. 171, 148–149 (1999).

2. Ross, C. et al. Frontier medicine: the future and integrative medicine. Vet. Clin. North Am. Equine Pract. 17, 351–377 (2001).

3. Witt, C. M. et al. Defining Health in a Comprehensive Context: A New Definition of Integrative Health. Am. J. Prev. Med. 53, 134–137 (2017).

4. Website of World Health Organization – Traditional, Complementary and Integrative Medicine (WHO TCIM): https://www.who.int/health-topics/traditional-complementary-and-integrative-medicine#tab=tab_1

5. World Health Organization. (‎2019)‎. WHO global report on traditional and complementary medicine 2019. World Health Organization. https://apps.who.int/iris/handle/10665/312342.

6. Medicinas tradicionais, complementares e integrativas – OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde (paho.org)

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