[Viviana Barboni]

Olá queridos colegas, sou estudante de pos-graduação em PICS e gostaria que trocássemos mais sobre a temática da exclusão das medicinas tradicionais brasileiras (indígena e afrobrasileiras) da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Me parece que essa questão surge como um incômodo para nós pesquisadores em PICS, porém não tenho acompanhado movimentos que pautem essa inclusão na PNPIC.
Particularmente me interessa muito essa pauta, e acho importante compreender o que os pares tem pensado sobre isso.

[Bruno José Sarmento Botelho]

Olá Viviana,

Também percebo essa “exclusão”, realidade não vejo como exclusão, mas sim como a falta de uma sistematização adequada. Hpje um dos debates é quanto à própria classificação de o que é medicina tradicional indígena, o termo tradicional eles pedem para que seja retirado.

Fazendo uma análise um pouco mais ampla, a OMS mesmo em seu site separa as MTCI da Medicina Indígena, não sei dizer exatamente quando isso ficou estabelecido, mas creio que tenha sido em alguma reunião prévia.

A quantidade de povos e, portanto, de modos se aplicar a Medicina Indígena faz com que o sistema de classificação científico ainda não consiga inserir cada prática ou tradicionalidade. Talvez pesquisas que façam o screening dos sistemas seja algo a se pensar. Outrossim, a definição das características ditas por Dra. Madel Luz para uma Racionalidade Médica Complexa ainda não foram elucidadas para que a gente possa integrar a medicina indígena dentro das RMC já estudadas pela equipe dela como a Medicina Tradicional Chinesa, por exemplo.

Sendo assim, colocar a Medicina Tradicional Indígena , com suas práticas não catalogadas, como sendo uma PIC da lista das 29 poderia ser conflitante ante aos objetivos reais da PNPIC no que compete ao contexto da Medicina Baseada em Evidências, uma política pública do SUS.

No entanto, a PNPIC ressalta sobre a importância da valorização das medicinas tradicionais indígenas e das políticas públicas relacionadas aos indígenas.

São necessárias, urgentemente, mais pesquisas na área.

[Autor]

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