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Conceito Comitê de Saúde e Natureza

Conceito Comitê de Saúde e Natureza

Estabelecer um único conceito relacionando Saúde e Natureza é um grande desafio. Como sociedade estamos vivendo uma desconexão entre Ser Humano e Natureza, acelerada no último século, reflexo dos valores do mundo contemporâneo e do estilo de vida consumista moderno adotado. Da mesma forma, o entendimento de saúde se construiu na concepção limitada de ausência de sintomas e doenças e nas visões fragmentadas e reducionistas restritas a um modelo biomédico especializado que não aborda o indivíduo no seu contexto integral, ampliado, holístico e complexo.

 

Uma nova visão desta relação entre Ser Humano e Natureza busca compreender a integração e as interconexões entre estes dois universos, que mobilizam compreensões racionais, sentimentos, comportamento e atitudes, que impactam tanto positivamente como negativamente a saúde humana e planetária. A indissociação dos saberes das ciências naturais, ciências humanas, ciências exatas e ciências da saúde humana, animal e vegetal é um valor fundamental na práxis de uma visão de interdependência ecossistêmica. 

 

O conceito multidimensional de saúde humana e a atitude transdisciplinar inclui, além da saúde biopsicossocial e espiritual (OMS), a dimensão ambiental –  não apenas no que se refere aos agentes patogênicos – mas também na promoção da saúde baseada nesta conexão vital com a natureza e em intervenções baseadas na natureza. 

 

O estilo de vida contemporâneo baseado em uma excessiva industrialização e urbanização, nas escolhas de consumo em todas as esferas, chegando até as decisões políticas e econômicas, incide sobre a alimentação, o uso da terra, as mudanças climáticas, a poluição de todos os estratos planetários, desmatamento, perda de biodiversidade e de áreas naturais protegidas. Esta perda ocorre tanto nos biomas como nos microbiomas no interior dos organismos. Tal cenário tem levado a um processo de adoecimento, do ser humano e da natureza dentro do novo período denominado Antropoceno.

Vivemos globalmente um desafio de enfrentamento sobre as desigualdades, iniquidades e injustiças  socioambientais que agravam este cenário de devastação, e permitem reconhecer o impacto humano à distância de ações locais, trazendo o conceito de glocalidade, ou seja de que todo dano ou cuidado local gera um efeito em nível global. 

 

Uma mudança no cenário têm surgido nos últimos anos a partir de uma percepção da necessidade de reconexão do Ser Humano e Natureza, embasadas no despertar do senso de humanidade, na percepção da unidade/corpo/alma/espírito/natureza em diferentes escalas da vida, assim como no reconhecimento dos processos da vida em nós mesmos e no ambiente que nos cerca, assim como no reconhecimento da co-responsabilidade e da co-criação da vida.

 

Uma nova consciência trazida por vários movimentos sociais e acadêmicos mundiais como Planetary Health, One Health, EcoHealth, Saúde Ambiental, Teoria Gaia, Rede Saúde e Natureza do Brasil, assim como todo espectro de Saberes Tradicionais dos povos originários e pesquisas acadêmicas, têm evidenciado e trazido para o debate a necessidade de implementação de soluções e intervenções baseadas na natureza, em respeito às futuras gerações e ao futuro do planeta. Além disso, é necessário promover debates por toda sociedade brasileira, comunidade científica e gestores sobre as políticas públicas nacionais e internacionais sobre o tema.

 

Estas soluções e estratégias, podendo envolver todos os grupos etários, diferentes profissionais e gestores, contribuem para a saúde e evolução humana e planetária, gerando bem viver, felicidade, senso de pertencimento, preservação ambiental fomentando a sustentabilidade humana e planetária. 



Referências

Bignardi, Fernando AC. “A atitude transdisciplinar aplicada à saúde e sustentabilidade uma abordagem multidimensional: a importância da meditação.” Revista Terceiro Incluído 1.1 (2011): 14-24.

Borges, André, & Luiz Gustavo Freitas Rossi. “Políticas da Natureza: como fazer ciência na democracia, de Bruno Latour.” Temáticas 12.23/24 (2004).

Mackay, Caroline ML, and Michael T. Schmitt. “Do people who feel connected to nature do more to protect it? A meta-analysis.” Journal of Environmental Psychology 65 (2019): 101323.

Moscovici, Serge. Natureza-Para Pensar a Ecologia. Mauad Editora Ltda, 2007.

Pritchard, Alison, et al. “The relationship between nature connectedness and eudaimonic well-being: A meta-analysis.” Journal of Happiness Studies 21.3 (2020): 1145-1167.

Whitmee, Sarah, et al. “Safeguarding human health in the Anthropocene epoch: report of The Rockefeller Foundation–Lancet Commission on planetary health.” The Lancet 386.10007 (2015): 1973-2028.

Formação e Atuação

Estabelecer um único conceito relacionando Saúde e Natureza é um grande desafio. Como sociedade estamos vivendo uma desconexão entre Ser Humano e Natureza, acelerada no último século, reflexo dos valores do mundo contemporâneo e do estilo de vida consumista moderno adotado. Da mesma forma, o entendimento de saúde se construiu na concepção limitada de ausência de sintomas e doenças e nas visões fragmentadas e reducionistas restritas a um modelo biomédico especializado que não aborda o indivíduo no seu contexto integral, ampliado, holístico e complexo.

 

Uma nova visão desta relação entre Ser Humano e Natureza busca compreender a integração e as interconexões entre estes dois universos, que mobilizam compreensões racionais, sentimentos, comportamento e atitudes, que impactam tanto positivamente como negativamente a saúde humana e planetária. A indissociação dos saberes das ciências naturais, ciências humanas, ciências exatas e ciências da saúde humana, animal e vegetal é um valor fundamental na práxis de uma visão de interdependência ecossistêmica. 

 

O conceito multidimensional de saúde humana e a atitude transdisciplinar inclui, além da saúde biopsicossocial e espiritual (OMS), a dimensão ambiental –  não apenas no que se refere aos agentes patogênicos – mas também na promoção da saúde baseada nesta conexão vital com a natureza e em intervenções baseadas na natureza. 

 

O estilo de vida contemporâneo baseado em uma excessiva industrialização e urbanização, nas escolhas de consumo em todas as esferas, chegando até as decisões políticas e econômicas, incide sobre a alimentação, o uso da terra, as mudanças climáticas, a poluição de todos os estratos planetários, desmatamento, perda de biodiversidade e de áreas naturais protegidas. Esta perda ocorre tanto nos biomas como nos microbiomas no interior dos organismos. Tal cenário tem levado a um processo de adoecimento, do ser humano e da natureza dentro do novo período denominado Antropoceno.

Vivemos globalmente um desafio de enfrentamento sobre as desigualdades, iniquidades e injustiças  socioambientais que agravam este cenário de devastação, e permitem reconhecer o impacto humano à distância de ações locais, trazendo o conceito de glocalidade, ou seja de que todo dano ou cuidado local gera um efeito em nível global. 

 

Uma mudança no cenário têm surgido nos últimos anos a partir de uma percepção da necessidade de reconexão do Ser Humano e Natureza, embasadas no despertar do senso de humanidade, na percepção da unidade/corpo/alma/espírito/natureza em diferentes escalas da vida, assim como no reconhecimento dos processos da vida em nós mesmos e no ambiente que nos cerca, assim como no reconhecimento da co-responsabilidade e da co-criação da vida.

 

Uma nova consciência trazida por vários movimentos sociais e acadêmicos mundiais como Planetary Health, One Health, EcoHealth, Saúde Ambiental, Teoria Gaia, Rede Saúde e Natureza do Brasil, assim como todo espectro de Saberes Tradicionais dos povos originários e pesquisas acadêmicas, têm evidenciado e trazido para o debate a necessidade de implementação de soluções e intervenções baseadas na natureza, em respeito às futuras gerações e ao futuro do planeta. Além disso, é necessário promover debates por toda sociedade brasileira, comunidade científica e gestores sobre as políticas públicas nacionais e internacionais sobre o tema.

 

Estas soluções e estratégias, podendo envolver todos os grupos etários, diferentes profissionais e gestores, contribuem para a saúde e evolução humana e planetária, gerando bem viver, felicidade, senso de pertencimento, preservação ambiental fomentando a sustentabilidade humana e planetária.

Referências

Bignardi, Fernando AC. “A atitude transdisciplinar aplicada à saúde e sustentabilidade uma abordagem multidimensional: a importância da meditação.” Revista Terceiro Incluído 1.1 (2011): 14-24.

Borges, André, & Luiz Gustavo Freitas Rossi. “Políticas da Natureza: como fazer ciência na democracia, de Bruno Latour.” Temáticas 12.23/24 (2004).

Mackay, Caroline ML, and Michael T. Schmitt. “Do people who feel connected to nature do more to protect it? A meta-analysis.” Journal of Environmental Psychology 65 (2019): 101323.

Moscovici, Serge. Natureza-Para Pensar a Ecologia. Mauad Editora Ltda, 2007.

Pritchard, Alison, et al. “The relationship between nature connectedness and eudaimonic well-being: A meta-analysis.” Journal of Happiness Studies 21.3 (2020): 1145-1167.

Whitmee, Sarah, et al. “Safeguarding human health in the Anthropocene epoch: report of The Rockefeller Foundation–Lancet Commission on planetary health.” The Lancet 386.10007 (2015): 1973-2028.

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