Comentado por: Prof. Caio Fábio Schlechta PortellaComitê de Produtos Naturais CABSIN

O artigo apresenta uma revisão sistemática sobre o uso de probióticos em casos de doenças graves.
Casos de adoecimento critico resultam em alterações da microbiologia do trato gastrointestinal, levando a uma perda de flora normal e a um crescimento excessivo de bactérias potencialmente patogênicas. A administração de bactérias vivas (probióticos) a pacientes críticos pode restabelecer o equilíbrio da microbiota e ter efeitos positivos na função imunológica e na estrutura e função gastrointestinal. Artigo publicado pela revista da Society of Critical Care em 2012.

Acesso ao Artigo: Probiotics in the critically ill: a systematic review of the randomized trial evidence – PubMed (nih.gov)

OBJETIVO

O objetivo desta revisão sistemática era avaliar o efeito dos probióticos em pacientes em estado critico a partir de desfechos clínicos.

MÉTODO

Revisão Sistemática da Literatura, em quatro bases de dados (EMBASE, MEDLINE, CINAHL e Cochrane) foram pesquisados artigos desde 1980 até Setembro de 2011. Sem restrições linguísticas. A literatura pesquisa incorporou palavras tais como “probióticos” e “simbióticos”; “suporte nutricional” ou “suplementação alimentar” ou “nutrição enteral” ou “nutrição parenteral” ou “nutrição parenteral periférica” ou “nutrição parenteral total” ou “equipa de apoio nutricional” ou “nutricional requisitos” ou “avaliação nutricional”, ou “soluções de nutrição parenteral” e “críticas cuidados” ou “doença crítica”, ou “cuidados intensivos unidades”. Também foi realizada busca nas referencias dos artigos levantados.

RESULTADOS

A partir da busca foi realizada uma metanálise dos estudos selecionados. Entre os campos avaliados pela metanálise estavam: taxa de infecção, pneumonia associada à ventilação mecânica, mortalidade hospitalar e em unidade de terapia intensiva. A figura abaixo, extraída do artigo, mostra os resultados da análises de subgrupos sobre o efeito dos probióticos na infecção. Os números entre parênteses representam o número de estudos na variável. Os valores de p para os subgrupos indicam as diferenças no efeito dos subgrupos de probióticos sobre as infecções.

CONCLUSÕES

As pesquisas sobre probióticos até o momento destacam o potencial desta estratégia para diminuição consequências da infecção. Ainda são necessários testes de melhor qualidade para clarear os efeitos desse tratamento, no entanto é uma intervenção segura e de baixo custo que pode trazer benefícios para pacientes gravemente enfermos. Existe uma variação considerável nas populações estudadas, nas intervenções testadas, os resultados relatados, e os resultados obtidos. O nível de heterogeneidade entre os estudos, portanto enfraquece quaisquer inferências que possam ser feitas a partir destes resultados.
A literatura atual vem trazendo novos estudos mais específicos sobre o uso de probióticos com métodos mais avançados, inclusive correlacionando os tipos de composição de flora intestinal com biotipos a partir da genética e outras avaliações constitucionais das medicinas tradicionais como o ayurveda.