Protocolo da Secretaria Municipal inclui fitoterápicos e intervenções não-farmacológicas a partir das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI).

A dor crônica é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, comprometendo a qualidade de vida e levando a um impacto significativo na saúde mental e física dos indivíduos. O “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Dor Crônica nos Centros de Referência da Dor Crônica do Município de São Paulo” apresenta uma abordagem integrativa para o tratamento desta condição, enfatizando a importância das práticas não-farmacológicas, especialmente as Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI).

Práticas como a Acupuntura e a Ventosaterapia, têm sido reconhecidas por sua eficácia no alívio da dor e na promoção do bem-estar geral. Estas técnicas milenares, originárias de culturas ancestrais, promovem um cuidado integrativo e complementam as abordagens medicamentosas convencionais. A Acupuntura, por exemplo, baseia-se na inserção e manipulação de agulhas em pontos específicos do corpo para equilibrar o fluxo de energia vital, enquanto a Ventosaterapia utiliza ventosas para criar sucção na pele, promovendo a circulação sanguínea e aliviando a tensão muscular.

Além das terapias das MTCI, o protocolo também destaca a importância dos grupos terapêuticos, por exemplo de autocuidado. Estes grupos proporcionam um espaço seguro para os pacientes compartilharem suas experiências, aprenderem uns com os outros e se beneficiarem da interação social, que é fundamental para a recuperação e o bem-estar. A integração das orientações terapêuticas na rotina diária, com o uso de adaptações e utensílios específicos, também é enfatizada, permitindo que os pacientes incorporem práticas saudáveis em suas vidas diárias

Este protocolo inovador foi desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a partir de um grupo de trabalho entre Assessoria da Atenção Especializada da Secretaria Executiva da Atenção Básica e Vigilância Sanitária, Coordenação de Saúde Integrativa, Assessoria Técnica da Assistência Farmacêutica e Assessores Técnicos das Coordenadorias Regionais de Saúde. Pesquisadores do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN) Mariana Schveitzer Cabral, Ricardo Ghelman e Caio Portella participaram da equipe, apoiando com dados científicos do Mapa de Evidências de Dor Crônica, produzido pelo Consórcio em conjunto com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME/OPAS). O uso de informações científicas reforça a validade e a relevância das recomendações.

Enquanto os medicamentos alopáticos continuam sendo uma ferramenta valiosa no tratamento da dor crônica, com o desenvolvimento de analgésicos mais qualificados, há também, por outro lado, uma crescente consolidação das evidências científicas que demonstram que as práticas não-farmacológicas, especialmente as MTCI, podem complementar as opções disponíveis para uma abordagem integrativa e holística da dor. Estas práticas não só aliviam o desconforto, mas também promovem o bem-estar e a qualidade de vida, tornando-se aliadas importantes no itinerário terapêutico dos pacientes.

Para saber mais, acesse o link do DOC e também o Mapa de Evidências de Dor Crônica.

AUTORES

Picture of Anderson Machado

Anderson Machado

Jornalista

Picture of Willian de Andrade

Willian de Andrade

Design e direção arte