Artigo comentado por:
- Diéssica Roggia Piexak – CV Lattes – Comitê de Ayurveda CABSIN
O artigo de revisão intitulado “Exploring scientific validation of Triphala Rasayana in ayurveda as a source of rejuvenation for contemporary healthcare: An update” (Explorando a validação científica da Triphala Rasayana no Ayurveda como fonte de rejuvenescimento para a saúde contemporânea: uma atualização) resume a validação científica, usos tradicionais, compostos bioativos e propriedades etnofarmacológicas da Triphala. Além disso, documenta dados recentes sobre estudos farmacológicos in vivo e in vitro e os efeitos clínicos da Triphala.
Para a busca dos artigos científicos, os autores, utilizaram algumas bases de dados eletrônicas, incluindo Ayush Research Portal (ayushportal.nic.in), Clinical Trials Registry-India, EMBASE, PubMed, ScienceDirect e Scopus. Além disso, textos e livros ayurvédicos tradicionais foram utilizados também como fontes de informação.
A Triphala é composta por frutas de três espécies de plantas: Phyllanthus emblica L. (Amalaki), Terminalia chebula Retz (Haritaki), e Terminalia bellirica Roxb (Bibhitaki) e tem sido utilizada em sistemas de medicina tradicional como Ayurveda, Siddha e Unani.
Os autores apresentam resultados de publicações científicas sobre alguns compostos utilizado no Ayurveda e que são reconhecidos como Rasayanas, com destaque para publicações relacionadas a Triphala e para cada uma das frutas desse composto.
A palavra Rasayana (Rasa + Ayana) alude à nutrição e seu transporte no corpo. Rasayana é um caminho (Ayana) que Rasa (plasma) percorre. Conforme o Acharya Sushruta, a substância que diminuiu o envelhecimento, aumenta o ciclo de vida, a saúde mental e física e previne a recorrência de doenças é conhecida como Rasayana. Os medicamentos à base de Rasayana são pesquisados principalmente por sua atividade antioxidante e imunomoduladora.
Tradicionalmente, a Triphala é classificada como um Rasayana tridoshico e um dos Rasayana ayurvédicos mais bem estudados. A Triphala tem um lugar de destaque no Ayurveda, possuindo inúmeras atividades biológicas atribuídas à presença de muitos fitoconstituintes, incluindo ácido gálico, ácido chebulínico, ácido chebulágico, ácido elágico, quercetina e ácido ascórbico. Tem sido utilizada como rejuvenescedora em inúmeras doenças, incluindo diabetes, artrite reumatoide, constipação e outros distúrbios do trato gastrointestinal. Os estudos farmacológicos realizados in vivo e in vitro comprovaram os usos tradicionais da Triphala como antimicrobiano, antioxidante, imunomodulador, antiviral, antineoplásico, antidiabético, cardioprotetor, radioprotetor e no manejo de doenças oculares e gastrointestinais, incluindo doença inflamatória intestinal, doença do refluxo gastroesofágico, úlcera gástrica/péptica e constipação.
A Triphala pode tratar uma gama diversificada de doenças, especialmente distúrbios do trato gastrointestinal. Considerando as propriedades benéficas e sua comprovada natureza não tóxica, pode ser uma fonte de rejuvenescimento na saúde contemporânea. Os autores sugerem que a eficácia da Triphala deve ser examinada em um estudo futuro, combinando-se com impactos farmacológicos, mecanismos de ação e estudos clínicos que possam servir de base para futuras pesquisas e desenvolvimento de novas formas farmacêuticas seguras e eficazes.
